Nos teus olhos me vi



Te observar dormir era tudo o que eu queria naquele momento, pra falar a verdade em todos os momentos que tivéssemos a oportunidade de ficarmos juntos, poder te proteger e ficar junto de ti, sim, era isso o que eu queria para sempre. 

Os teus traços eram sinônimo de felicidade, de estar no paraíso, nunca tinha sentido isso por ninguém, senti que era tu, desde o primeiro momento, quando nossos olhares cruzaram - se no meio da rua, não sabia que seria tua tão rápido assim, uma surpresa boa em dias de tempestade. 

Meus dias não estavam tão bons quanto eu queria que estivessem, pra onde olhasse não via esperança de nada, queria ficar deitada o dia inteiro, quase em desespero, sei que era um erro agir dessa forma, mas já estava no automático, era involuntário. 

O círculo estava restrito, uma faixa de isolamento, onde não iria mais passar ninguém, não queria vítimas ali dentro, sem lamentações e muito menos lágrimas, afinal todos partiam sem dar tchau e eu já estava cansada daquela situação, não queria sofrer novamente.

Até que você chegou, de repente, como quem não quer nada e eu ali parada, sem ação, sem saber o que falar, fazer ou vestir, sem parar de investir para que te desse atenção o tempo todo, relutei, tentei te matar no cansaço com tantas recusas, porém desistir não existe pra ti, quem desistiu de evitar pessoas fui eu.

Arrisquei - me, cortei a faixa e te deixei passar, não sabia se era certo ou errado, apenas que poderia me magoar muito se me atirasse de cabeça em um relacionamento novo, de novo, mas fui com medo mesmo. Aprendi que as pessoas e suas atitudes não são as mesmas e que conseguiria contornar as coisas também, mesmo não estando totalmente no controle de tudo, temos que nos permitir mais, não só nessa situação, como em várias outras e nos dar a chance de ser feliz e fazer feliz.

Comentários

  1. É um texto bem moderno porque atualmente é isso que as pessoas, ou melhor, nós, fazemos. Quando a gente é deixado de lado, ignorado ou esquecido, simplesmente nos fechamos por medo de que alguém vá fazer aquilo de novo. Não somente medo, mas também por cansaço. E nessas idas e vindas, acaba que esse mesmo cansaço vence no quesito "derrubada de muro". Não dá para sempre manter uma muralha. Sempre chega alguém novo que te mostra que a vida é assim: ser esquecido, mas também aprender a esquecer.
    Beijo,
    paraisodemenina.blogspot.com

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    1. Nossa, muito obrigada por esse comentário tão conselheiro que me fez ver as coisas de uma forma diferente. Volta sempre! Beijo

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