Não é drama, é vida real

imagem: weheartit


Sentada na beira da cama, avistei um prédio bem alto, através da janela branca de madeira, a claridade não me incomodava mais, o ventilador de teto estava no máximo e todo aquele vendo deu a impressão de que estava criando asas, que a qualquer momento eu poderia subir na janela e voar. 

A vontade era de subir até o alto daquele outro prédio, talvez poderia ser voando, sentir o vento não só no rosto e sim no corpo todo, a sensação maravilhosa de uma forma plena. Seria uma tragédia se não fosse transformado em poesia. 

Transitar entre as palavras de uma maneira leve e romantizar a vontade de sabotar - se o tempo todo, pular de janelas, atirar - se na frente dos carros, atravessar uma faca em locais vitais, fugir de tudo o que incomoda, de todos os problemas, pessoas e situações talvez seja isso o que tenho feito de melhor nos últimos meses. 

A pressão psicológica de atingir metas, padrões, resolver problemas, carregar um peso grande, ter que matar um leão por dia, entre outras expressões que queiram usar, dificulta o viver do meu ser diariamente sem sentir dores tensionais e vontade de socar o rosto de todos os seres que atrapalham a sequência natural dos fatos. 

É algo que pode ser evitado, desde que dependa apenas de um ser, que outras pessoas não interfiram, não prejudiquem, não iludam, não montem castelos e chutem depois, querendo fazer parecer que nunca existiram. Quem provoca a dor esquece, nem percebe, faz cara de paisagem, mas quem sofre com tudo isso fica remoendo por dias, e dependendo da gravidade, sente - se culpada. 

Sem vitimismo, sem mimi, é fato real, tudo baseado em vida real. 

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